Rezar pelos Sacerdotes
Prezados Diocesanos,
À medida que nos aproximamos da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, toda a Igreja, de maneira especial, dedica-se à oração pelos seus sacerdotes. Essa preocupação do povo de Deus segue a tradição bíblica, que nos mostra a importância de rezar pelos pastores para que não desanimem diante das exigências do ministério.
Encontramos passagens nas Escrituras que nos inspiram e nos lembram desse cuidado. Por exemplo, em 1 Tessalonicenses 5,12-13, somos exortados a reconhecer e valorizar aqueles que trabalham entre nós, que presidem e nos admoestam. Em Hebreus 13,7, somos chamados a lembrar dos nossos pastores, que nos ensinam a palavra de Deus, imitando a fé deles e observando o seu modo de vida.
O Papa Francisco, ao mencionar a vida e o testemunho do Santo Cura d'Ars, nos exorta a rezar pelos padres. Ele nos convida a oferecer nossas orações especiais pelos párocos e por todos os sacerdotes, para que, inspirados pelo exemplo do santo, possam dedicar suas vidas à missão de pregar o Evangelho da salvação. O Papa destaca que o Santo Cura d'Ars é um modelo de bondade e caridade para todos os sacerdotes, e seu testemunho nos ajuda a redescobrir a beleza e a importância do sacerdócio ministerial na sociedade contemporânea.
Os documentos magisteriais e as Escrituras ressaltam essa importante tarefa batismal de rezar pelos nossos ministros ordenados, que velam por nós e enfrentam, ao mesmo tempo, cansaço, incompreensões e outras dificuldades humanas. O pastor pode se cansar, mas encontra alento e encorajamento no apoio dos fiéis e dos amigos, especialmente dos irmãos presbíteros, que procuram ajudar-se mutuamente na caminhada ministerial. Nesse sentido, a advertência do Papa sobre a importância da proximidade nos ajuda a redescobrir o valor da fraternidade e do apoio sincero e verdadeiro, ou seja, a proximidade com o Bispo, com os irmãos do presbitério e com o povo santo de Deus.
O isolamento do ministro ordenado é um processo grave e preocupante de autocanibalismo espiritual e psicológico, que pode levar a sérias consequências na vida do presbítero. Devemos lutar contra qualquer forma de isolamento que nos incapacite de buscar ajuda diante dos desafios complexos e urgentes da vida sacerdotal, tanto internos quanto externos.
É importante destacar que, apesar das complexidades e exigências do ministério, nunca devemos perder a alegria nesse sublime chamado e devemos sempre reavivar a chama do dom de Deus que recebemos. Como nos exorta o apóstolo Paulo em 2 Timóteo 1,6-7, Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria.
Em
suma, recordamos as sábias palavras do Papa Bento XVI, que nos recorda que uma
ligação pessoal com Cristo é a
essência e o fundamento do ministério sacerdotal. Devemos aprender com Cristo a não buscar nossa própria
autorrealização nem sucesso, mas a trabalhar para Cristo, o qual é o centro
único de toda a pastoral. Se os sacerdotes se sentem exaustos, fatigados e
frustrados hoje em dia, a razão
pode ser uma busca obsessiva pela eficiência.
Aqueles que encontraram Cristo e vivem a simplicidade da missão sempre renovarão suas forças no Senhor. Que nossos sacerdotes jamais se esqueçam da predileção de Deus por eles e vivam seu ministério unicamente para servir e amar.
Que o Sagrado Coração de Jesus, fonte de amor e misericórdia, abençoe e fortaleça todos os sacerdotes em sua missão.
O Senhor
é nossa força!
+ Luiz
Henrique S. Brito
Bispo Diocesano